quarta-feira, 23 de março de 2016

Vice-prefeito de Itatiba participa de Audiência Pública sobre estragos ocasionados pelas enchentes

Ari Hauck fala sobre problemas ocasionados pelas enchentes
durante audiência. Fotos: Ivan Gomes
O vice-prefeito de Itatiba, Ari Hauck, o dr. Ari (REDE), participou de Audiência Pública durante à noite de segunda-feira (21), realizada no teatro Ralino Zambotto. O evento foi organizado pela Câmara Municipal. Além do vice, estiveram presentes representantes de várias associações, sociedade civil, parte dos vereadores e mais de 120 pessoas na plateia.

O ponto negativo do evento foi a ausência do prefeito e de seus secretários. O vice-prefeito não representa o Poder Executivo municipal pois tem relações políticas rompidas com João Fattori (PSDB) desde 2013. Populares reclamaram da ausência das autoridades.

Antes da audiência, Hauck também esteve presente em reunião realizada pela Aicita (Associação Industrial e Comercial de Itatiba). O encontro teve presença de mais de 30 comerciantes que foram diretamente afetados pelas enchentes. Na manhã de terça-feira (22), outra reunião foi realizada, desta vez no Paço Municipal. De acordo com o vice-prefeito, projeto sobre obras no ribeirão foi apresentado neste encontro.

Doutor, faça breve resumo sobre os três encontros realizados em espaço de menos de 24 horas. Quais ações positivas podem ser tiradas desses debates?
Difícil ser breve. Na verdade, forçamos ser recebidos pelo prefeito desde a semana passada, e nada até hoje [22].
Foi somente a união dos comerciantes e sua persistente pressão sobre a administração que acelerou ações necessárias para recuperação das áreas afetadas pela enchente. Foi na paralização do trânsito que os comerciantes forçaram a desobstrução das galerias da Av. 29 de Abril e a retirada dos escombros do ribeirão. Outros locais estão ainda abandonados como a estrada para Valinhos próximo a Granja Mara, onde as obras dos novos prédios parecem ter provocado vários desmoronamentos obstruindo a estrada.
A audiência na Câmara foi importante pela presença dos engenheiros da Rota das Bandeiras que mostraram a importância dos novos loteamentos nas enchentes, mas ainda restam dúvidas quanto ao papel das obras na rodovia que aterraram as várzeas e canalizaram os córregos. Se algum engenheiro da prefeitura não fosse proibido de ir pelo prefeito, talvez ele pudesse dialogar e esclarecer mais, oferecendo mais segurança à cidade.
Também muito importante a presença dos nove vereadores que aceitaram a proposta de se pedir a instalação uma CEI [Comissão Especial de Investigação] para esclarecer melhor os acontecimentos, especialmente pela insólita recusa do prefeito em colaborar.
Foi muito ressaltada a importância de se rediscutir as próximas alterações do Plano Diretor inserindo os itens de proteção contra as cheias e secas. Também se enfatizou a necessidade urgente de se paralisar as aprovações desordenadas de loteamentos e novos prédios.
No entanto, a notícia ruim dada pelo secretário Erik [Carbonari], é que o governador [Geraldo] Alckmin não homologou o Estado de Emergência solicitado pelo município. Se isso se confirmar receberemos menos ajuda para a reestruturação do município.

Como o senhor avalia a ausência do prefeito e de seus secretários na audiência realizada pela Câmara Municipal?
Foi de uma total falta de sensibilidade e de muito desrespeito com a população.
A Câmara já é sabido que ele não respeita mesmo. Ele demonstrou ter muito medo e insegurança de se deparar com a população, muito embora a reunião tenha transcorrido pacificamente mesmo com os desabafos e indignação das pessoas afetadas pelas enchentes. Se ao menos ele, não comparecendo, tivesse liberado os engenheiros do planejamento e de obras da proibição de demonstrar os estudos realizados, com certeza o prefeito teria ganho algum crédito. Mas o medo e a vingança prevaleceram.

O vice-prefeito tem acompanhado os comerciantes em várias
reuniões sobre os estragos ocorridos no município
Nas redes sociais, algumas pessoas citaram que o senhor representaria o Poder Executivo por ser vice-prefeito e que recebe por isso. Qual a veracidade destas afirmações?
Na verdade, foi apenas um assessor que tentou minimizar e defender a ausência do prefeito postando na rede social [‘Vejo muitos reclamando que o executivo não estava presente, mas para que serve o Vice-Prefeito? Ele não representa o executivo? Ou é só na hora de pegar o cheque?’].
Desde 2013, por não concordar com a postura e as traições do prefeito e do presidente do PV, deixei o partido e o cargo no PSF [Programa de Saúde da Família], mesmo com perda de salário pelo trabalho que desenvolvia como coordenador de saúde.
Já processei por calunia e difamação quem tentou me denegrir acusando-me, entre outras falsidades, de receber como vice-prefeito.
Fui prejudicado por deixar minha carreira em Jundiaí no Hospital São Vicente e na Faculdade de Medicina para me dedicar a Itatiba, acreditando que Fattori e Dr. Simões aceitariam um programa de governo modernizador e sustentável para nossa cidade. Ainda assim, vemos pessoas mal-intencionadas tentando me denegrir.

Em relação aos problemas de enchentes na parte baixa do município, o senhor acredita que no próximo verão isso possa ocorrer novamente?
Ainda não tenho segurança quanto a realização da recuperação dos estragos. Só com as margens do ribeirão Jacaré se prevê gasto de R$ 14 milhões, sem contar com a reconstrução das pontes e das galerias em todo o trajeto.
Também não acredito que o prefeito e seu provável candidato Carbonari desistam de aprovar tantos loteamentos e principalmente venham fazer rigorosa fiscalização das obras irregulares que provocam erosões e impermeabilização do solo. A prefeitura não tem capacidade de agilizar contratações e garantir qualidade em suas obras. Vejam os enfeites inúteis e ridículos das pontes ‘estaiadas’ com gastos desnecessários. Algum vereador da situação sabe quanto custou essa brincadeira?

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