Vice-prefeito de Itatiba sobre as cheias ocorridas em Itatiba e maneiras do poder público lidar com o problema. Foto: Ivan Gomes |
Dr. Ariovaldo Hauck da Silva
Ninguém tem a ilusão ou a expectativa de que os problemas
acumulados em décadas serão resolvidos em curto prazo. Entretanto, algumas
medidas preventivas e mesmos os estudos sobre a hidrologia da bacia do ribeirão
Jacaré e do rio Atibaia devem ser adotados de imediato e os mesmos serem
garantidos nesta próxima revisão do Plano Diretor, enviada na última sessão da
Câmara, ainda que seja por meio de emendas dos vereadores caso o prefeito não
tenha tido o cuidado com o assunto.
Portanto, esta lei deve ser submetida a audiências públicas
sob o crivo e controle da sociedade, não apenas com a apreciação do executivo e
vereadores.
Também, a fiscalização sobre os loteamentos e obras que
possam provocar erosões e assoreamento das várzeas e APP (Área de Preservação
Permanente), deve ser agilizada de imediato e com maior rigidez. Nunca as águas
vieram com tanto barro erodido de obras de terraplanagem em área urbana e
rural.
Percebe-se claramente que as obras de construção da Rodovia
Itatiba-Jundiaí provocaram aterramentos em áreas de várzeas onde os cursos d’água extravasavam de seus leitos, perdendo
agora suas bacias de contenção. Assoreadas ou aterradas, as águas aumentam o
volume do ribeirão, extravasando na cidade. Nesta situação, a construtora e a Rota
das Bandeiras nos devem explicações com um cronograma de providencias e talvez
até ressarcimento de prejuízos.
A partir
destas constatações, os itens abaixo devem ser pontuados no plano diretor:
1) As chuvas
têm sido excessivas (109 mm em duas horas no dia 10/03), mas todo verão traz
este tipo de surpresa desagradável. E até o momento, não foram atendidos os
requisitos do artigo 188 da Lei Orgânica que trata dos recursos hídricos, secas
e inundações;
2) O Rio Atibaia
está assoreado e com volume excessivo dificultando o deságue do ribeirão
Jacaré;
3) Os
antigos meandros e margens do ribeirão que outrora acolhiam as águas das chuvas
impedindo as enchentes foram urbanizados, exemplo Parque da Juventude, Jardim
De Lucca, Jardim Virginia, margens do Córrego dos Operários, do Camata, do
Jurema, Cioffi, Perpétuo, Cocais, Corintinha entre outros e mais as margens do
Rio Atibaia;
4) As
margens do ribeirão foram impermeabilizadas e ocupadas por indústrias, comércio
e moradias, muitos despejando ilegalmente seu esgoto direto no rio;
5) Pontes
foram construídas afunilando o curso, por isso várias não resistiram às águas e
devem ser redimensionadas e melhor planejadas, evitando-se a colocação de vigas
no leito do ribeirão, como na ponte construída recentemente no bairro do
Cruzeiro;
6) Os
loteamentos deixaram todos os fundos de vale com seus córregos sem acesso
público e assim foram incorporados aos terrenos e aterrados ou construídos. Os
projetos já deveriam ser aprovados com esta restrição e serem acompanhados com
fiscalização rígida, é inconcebível tais falhas. Hoje temos segundo a PMI
(Prefeitura Municipal de Itatiba), seis aprovados e outros 15 em estudo;
7)
Loteamentos desrespeitaram as leis e mesmo assim foram aprovados pela
prefeitura fazendo arruamentos em área de risco provocando erosão, invadindo
áreas de preservação, áreas de mata ciliar e nascentes;
8) As vias
públicas foram impermeabilizadas com asfalto e concreto;
9) As
concessionárias de serviços públicos como a SABESP, CPFL, e as de telefonia e
internet devem receber um prazo para ajuste de seus condutos, principalmente os
que usam as pontes;
ACRESCENTARIA MAIS ALGUNS PONTOS, mas vejo que ninguem se interessou em comentar e me calo
ResponderExcluirACRESCENTARIA MAIS ALGUNS PONTOS, mas vejo que ninguem se interessou em comentar e me calo
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