terça-feira, 27 de outubro de 2015

‘Caça às bruxas’: prefeito demite dr. Ari

Mesmo com escassez de médicos, prefeito demite dr. Ari que
atendia em dois postos do município. Foto: Ivan Gomes
João Fattori demite médico que atendia em bairros rurais do município

No início da noite de sexta-feira (23), o vice-prefeito de Itatiba, Ariovaldo Hauck da Silva, mais conhecido como dr. Ari, recebeu do provedor da Santa Casa de Itatiba, Benedito Netto, carta de demissão. A partir daquela data, o vice-prefeito que atendia em dois postos de saúde do município, nos bairros Pinhal e Pires, teve sua prestação de serviço cortada pelo prefeito João Fattori (PSDB).

A carta de demissão foi assinada pelo provedor da Santa Casa devido ao convênio entre a entidade assistencial e prefeitura para contratação de profissionais da saúde que trabalham nos PSF (Programa de Saúde da Família). “Assumo riscos e assumi desde que escolhi minha profissão. Com isso construí minha trajetória sobre convicções políticas. Isso pode causar alguns tropeços, embaraços e alguns equívocos, mas não abrirei mão de minhas convicções devido a um déspota que irá passar. É uma escolha que fiz e pretendo continuar com meu trabalho, pois sou médico para atender pessoas e não para exibir as pompas da profissão”.

O serviço de saúde em Itatiba, assim como no restante do país, é um dos pontos de maior preocupação para população, de quem acredita no serviço, como para os trabalhadores da área. Com carência de profissionais e técnicos em vários setores da saúde, Itatiba estaria em séria crise, não fosse ter em seu quadro de médicos os profissionais cubanos do programa “Mais Médicos”, do Governo Federal. “Agora é seguir adiante e agradeço a todos os profissionais que atuaram ao meu lado neste período e agradeço o carinho de todos os pacientes”.

Sem explicações para demissão, tudo leva crer que Hauck foi vítima de perseguição política devido seu rompimento com a administração, sua atitude de cobrança e contestação com o Executivo e sua decisão em dar atendimento semanal como vice em praça pública, uma vez que não teve atendido seu pedido de ter um local no Paço Municipal para receber a população como vice-prefeito.

Com a demissão de Hauck, o município perde um profissional gabaritado para coordenação da área de saúde, pois está é sua área de experiência e inclusive de ensino na Faculdade de Medicina de Jundiaí. Os mais prejudicados serão, principalmente, os moradores e pacientes dos bairros onde o vice-prefeito exercia sua função de médico.  

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Cidadãos reclamam sobre problemas da cidade para vice-prefeito

Ari Hauck, vice-prefeito de Itatiba, tem
atendido a população na Praça da
Bandeira. Fotos: Ivan Gomes
O “gabinete alternativo” do vice-prefeito de Itatiba, Ari Hauck, o dr. Ari (Rede Sustentabilidade), tem sido procurado por pessoas que não conseguem ser ouvidas pela maioria dos políticos. E devido sua presença na Praça da Bandeira, toda quarta-feira, o vice tem ouvido várias reclamações e também debatido ideias com cidadãos.

Despejo e lixo e entulho em áreas do bairro Santo Antonio foi uma das reclamações. “É incrível como as pessoas despejam toda sujeira em locais públicos. Muitos fazem em plena luz do dia, como se aquele espaço fosse destinado para descartes deste tipo”, comentou uma moradora do bairro.

Outro cidadão questionou Hauck sobre a morosidade para conseguir documentos na prefeitura. 
“Doutor, não dá para acreditar como demoram tanto para expedir algum documento. O problema é que a burocracia e demora atingem vários setores da administração e isso prejudica muitas pessoas”, destacou o reclamante.

Doutor, o despejo de lixo e entulho novamente à frente das reclamações. Como solucionar este problema. Além da falta de locais adequados para despejo, isto também demonstra falta de educação e consciência de parte dos cidadãos?
Seria muito precipitado culpar unicamente a população por uma cultura de vivencia social e coletiva egocêntrica. Não é apenas nesta questão do lixo que se busca a culpa no povo, mas também no mau uso da água, no abandono de animais, com as árvores nas ruas, com o estacionamento irregular, até com a corrupção. Para tudo isso há uma explicação sociológica, econômica e histórica, que inclusive se encaixa no conceito sócio-filosófico de “luta de classes”.
A população tem procurado o vice na praça para tratar de
diversos assuntos
Hoje temos que parar com isso de desenterrar o passado. Enquanto buscamos culpados o lixo vai se acumula vertiginosamente. Temos que ter a clareza das lições tiradas a partir de nossos erros.
Foi minha professora do primário quem me ensinou a não jogar papel na rua, meus pais eram muitos simples, vindos da roça. A merendeira me ensinou a usar garfo e faca. Elas representam o Estado, a administração pública. Se a prefeitura não oferece condições de recolher e tratar os resíduos sólidos, como culpar a pessoa que precisou de um sofá novo e não tem o que fazer com o velho? Até o trabalho da professora, que também é desmerecido, perde seu sentido. Ela ensina que não se deve jogar lixo na rua, mas onde jogar?
Desde 2010 propusemos a recuperação do Aterro e sua transformação em Usina de gás e energia elétrica. Desde 2012 o prefeito tem em mãos o Projeto de Tratamento de Resíduos Sólidos e nada fez, recebeu do Estado uma verba para construir os Ecopontos e nada fez.
Culpa do povo? Ou culpa da Dilma?

Morosidade para expedição de documentos, houve reclamações neste sentido. É falha de algum setor, falta de servidores. Qual a origem do problema e como ser solucionado?
Não é apenas uma questão de logística. Hoje a prefeitura até se encontra razoavelmente bem instalada, embora o acesso ainda seja difícil e seu custo muito caro [teria ficado mais barato construir prédio próprio]. Foi maquiada uma reforma administrativa, mas falta mesmo uma melhoria nos fluxos, melhora da comunicação, talvez treinamento de funcionários, menos burocracia e exigências mais racionais.

domingo, 18 de outubro de 2015

Falta de fiscalização de terceirizadas é motivo de reclamação

Dr. Ari conversa com cidadãos na praça e reclamações são
constantes. Fotos: Ivan Gomes
A falta de fiscalização por parte da prefeitura, referente aos serviços prestados pelas empresas terceirizadas, foi motivo de reclamação de algumas pessoas que conversaram com o vice-prefeito, Ari Hauck, o dr. Ari (Rede Sustentabilidade), em seu “gabinete” na Praça da Bandeira, Centro.

Alguns comerciantes da Praça da Bandeira reclamaram que os serviços de limpeza nas ruas e praças são feitos pela metade. A varrição não é recolhida em sacos, ficando amontoada no meio fio da rua ou nos canteiros da praça, que obriga outras pessoas a desempenharem dos prestadores terceirizados da Litucera. “Fazemos nossa parte e ainda do outro, pois o serviço não é executado de maneira correta. Isso ocorre pois não há fiscalização por parte da prefeitura”, destacou o empregado da loja.

Outro debate que surgiu em meio ao diálogo com a população foi a preocupação de alguns pais em relação a educação dos filhos. “Essa medida do governador [Geraldo] Alckmin [PSDB] tem nos preocupado. Será que faltará escolas para nossos filhos? Ou ficarão em salas super lotadas?”, questionou uma mãe, que preferiu não se identificar.

FISCALIZAÇÃO

Doutor, como o senhor recebeu a informação referente a falta de fiscalização por parte da prefeitura referente as empresas terceirizadas?
Não vemos fiscalização em nenhum setor da prefeitura. O prefeito não gosta de fazer cumprir a lei, pois isso não dá voto. Todos os setores são deficientes neste aspecto, faltam profissionais, faltam recursos materiais, veículos, treinamento e principalmente a integração entre estes serviços, desde a fiscalização de terceirizados à obras contratadas, fiscalização sanitária, código de postura, barulho, de construções, trânsito, ambiente e tudo mais.
Do modo em que estamos, os desordeiros e as pessoas mal-educadas são premiadas e fazem o que bem entendem, enquanto a maioria sofre pelo comportamento dos transgressores e pela omissão das autoridades.

Hauck fica mais próximo às pessoas com seu gabinete
na Praça da Bandeira
As reclamações foram acintosas. Isso chega aos responsáveis ou o senhor pensa que podem chegar mas não são levadas adiante? Como este problema pode ser solucionado?
Para isso tem que ter coragem, vontade política e respeito às leis e aos cidadãos que constituem a maioria ordeira. Primeiro tem que se reestruturar totalmente estes serviços de fiscalização. Repor a falta de funcionários por concurso, dando-lhes condição de trabalho e cobrando honestidade. Não é fácil, mas sem coragem e sem a vontade de fazer cumprir a lei, vai continuar tudo na mesma ou piorar.

Em relação a educação, qual sua opinião sobre as mudanças que o governador pretende implantar na rede de educação estadual?
Ainda não está claro onde o governador [Geraldo Alckmin] quer chegar. Tudo indica que é apenas uma ‘maquiação’ para economia orçamentaria, sem se preocupar com as consequências, provavelmente isto ficará em algum arquivo secreto por 100 anos.
Há décadas é pedido menos alunos por sala, tanto para o ensino, como para o conforto de estudantes e professores. Também se exige a extensão do turno escolar para tirar os jovens das ruas e das drogas e principalmente para lhes dar uma capacitação para a vida moderna, responsabilidade social e o empreendedorismo. Mais uma vez só vamos saber a verdade daqui 100 anos, se ainda alguém souber ler e escrever. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ari Hauck recebe presidente da Jappa em seu ‘gabinete’ na praça

O vice-prefeito Ari Hauck conversa com Sócrates Piovani em
'gabinete' na Praça. Fotos: Ivan Gomes 
O vice-prefeito de Itatiba, Ari Hauck, o dr. Ari (Rede Sustentabilidade), recebeu no início da tarde de quarta-feira (7), em seu “gabinete” na Praça da Bandeira, Centro – Itatiba, o presidente da Jappa (Jacaré Associação Para Preservação Ambiental), Sócrates Piovani, que fez várias reclamações sobre o descaso com meio ambiente no município.

Uma das reclamações de Piovani foi sobre a canalização de um córrego no bairro do Engenho, onde deve ser construído novo centro de compras. “Enquanto vários países da Europa, a Alemanha é um exemplo, revitaliza rios e córregos, em Itatiba vamos na contramão e temos a canalização de vários córregos”, comentou o ambientalista.

Além deste problema, o presidente da ONG (Organização Não Governamental) aproveitou a visita ao vice-prefeito e falou sobre projetos de desassoreamento de rios e córregos. “Vim reclamar ao Ari, pois todos nossos córregos estão assoreados. Também vim pedir informações em como ter vistas sobre processos de licenciamento ambiental”, comentou.

BOMBEIROS

Uma pessoa ligada ao Corpo de Bombeiros de Itatiba também procurou o vice pela Praça da Bandeira, para relatar problemas enfrentados pela corporação. “Esta semana foi um caos, principalmente na segunda-feira [5]. Todas as viaturas estavam em manutenção e a ambulância disponibilizada pela Santa Casa, não tinha com receber prancha de traumas. Os bombeiros precisaram fazer ‘milagre’ para conseguirem trabalhar. A situação deles está muito ruim”, comentou a pessoa que não quis se identificar.

ARI

Ari Hauck tem sido muito procurado pela população quando
está com gabinete ao ar livre
Doutor, na quarta houve relatos de problemas com meio ambiente e saúde. O que ocorre no município?
Falta de planejamento, falta de acompanhamento e reavaliação dos programas. Esta é uma administração ‘politiqueira’. Vejam um exemplo. A FATEC [Faculdade de Tecnologia] foi uma proposta de professores incluída no Plano de Governo em 2008. Era sabido que teria que funcionar em um prédio adaptado e quando foi anunciada em 2011 sugerimos a escola Isolina. Porque só agora isso foi decidido? Da mesma forma a falta de médicos, se não fosse a Dilma [Rousseff] mandar os dez médicos cubanos, Itatiba estaria num caos muito pior.

Os bombeiros ficaram sem nenhuma ambulância ou viatura do Resgate durante o início da semana, isso é muito preocupante. O problema ocorre por descaso ou foi uma coincidência todas terem problema ao mesmo tempo?
Já não é a primeira vez que isso acontece. A administração da frota, desde 2009, foi retirada da Secretaria de Administração e centralizada no Governo que faz uma logística de gabinete. Logística centralizada nunca deu certo em lugar nenhum do mundo.

O senhor tem grande preocupação com a causa ambiental. Como recebeu os problemas apontados pelo presidente da Jappa?
Um dos principais pontos que me levaram a ser vice do Fattori foi justamente o compromisso que ele tinha comigo de revitalizar os córregos da cidade. Isso foi reafirmado nos debates onde a JAPPA esteve presente. Com a criação das secretarias de Ambiente e de Planejamento parece que tudo piorou, mas antes já estava ruim, tanto que o Paulo Junqueira se demitiu do Ambiente.

Há soluções a curto e médio prazo para o problema ambiental e também para causa dos bombeiros?
Acredito que solução teremos apenas em 2017, com a eleição de um prefeito que fuja deste ‘modelito Fattori/Carbonari’ que privilegia especulação imobiliária, onde córregos são coisas de ‘ecochatos’.  O Corpo de Bombeiros só funciona porque seus funcionários são dedicados e dão a vida pelo que fazem. 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Vice-prefeito recebe presidente do Solidariedade em seu ‘gabinete’ na praça

O presidente do Solidariedade, David Bueno, foi recebido pelo
vice-prefeito, dr. Ari, na Praça da Bandeira . Fotos:
Ivan Gomes

Em mais um dia de atendimento à população na Praça da Bandeira, Centro de Itatiba, durante à tarde de quarta-feira (30), o vice-prefeito de Itatiba, Ari Hauck, o dr. Ari (Rede Sustentabilidade), recebeu visita do ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Itatiba e atual presidente do Solidariedade, David Bueno.

“O David Bueno tem demonstrado que de fato tem uma preocupação com os destinos da cidade. Tanto ele como o dr. Parisotto, e outros pré-candidatos à prefeitura, tem mantido um diálogo muito positivo, buscando oferecer uma alternativa ao coronelismo da política local, deixando de lado as vaidades pessoais e buscando fortalecer a ideia de uma candidatura única das oposições”, destacou o vice-prefeito.

Ao final do papo ao ar livre, no “gabinete” improvisado na Praça da Bandeira, pois o prefeito João Fattori (PSDB) não cedeu espaço para que dr. Ari tivesse sua sala no Paço Municipal, Bueno falou sobre o trabalho de Hauck. “Vejo o dr. Ari como uma pessoa que além das dificuldades que ele tem com a atual administração, não deixa de trabalhar e atender a população”, afirmou.

O vice-prefeito tem atendido a população na Praça da
Bandeira, Centro
LIXO

Além do diálogo com Bueno, onde Hauck e o líder do Solidariedade colocaram em dia os assuntos sobre política partidária, cidadãos procuraram o vice-prefeito para relatarem diversos problemas. O mais decorrente desta vez foi em relação a quantidade de lixo jogado em terrenos e praças.

“Uma das reclamações mais frequentes é sobre o lixo não coletado. A situação é cada vez mais preocupante. Por onde quer que você ande, em qualquer bairro, se vê lixo jogado nas ruas e parece que a situação piora com o tempo. Tem escola sendo invadida por ratos vindos dos lixões de rua. Como entender o problema?”, questionou Hauck.

Ele disse também que apenas chamar de mal-educado aquele que despeja lixo em local proibido não explica e nem resolve o problema. “Para muitos é mais cômodo não se preocupar com a limpeza pública, o que demonstra falta de respeito ao próximo. Por outro lado, também parece haver uma revolta no ar, joga-se o lixo na rua como uma agressão a administração pública e ao governo. Esta também não é a atitude mais adequada para quem está indignado e revoltado, pois apenas prejudica os demais moradores e ainda pode provocar problemas de saúde e também aumenta o custo da coleta de lixo, o que retira recursos de outros serviços” explicou o vice.

Hauck lembrou que recentemente o próprio prefeito reclamou do despejo de objetos em locais inadequados. “De qualquer forma não adianta apenas reclamar por reclamar, como fez o próprio prefeito há alguns dias. Primeiro, o prefeito deve analisar melhor o que ocorre. A coleta está adequada? Como se faz a fiscalização? Depois, já passou do prazo de se implantar os Ecopontos, onde o cidadão pode levar os resíduos não previstos na coleta diária para um destino adequado. Finalmente, vamos continuar aterrando o lixo desprezando seu potencial energético? Em 2010 apresentei três projetos de transformação de lixo em energia elétrica e gás. O que foi feito?”, indagou.