Doutor Ari atende munícipe em seu 'gabinete' na Praça da Bandeira, Centro de Itatiba. Fotos: Ivan Gomes |
O vice-prefeito de Itatiba Ari Hauck, o dr. Ari (Rede),
esteve em seu “gabinete” na Praça da Bandeira, Centro de Itatiba, na
quarta-feira (16) e ouviu os populares que o visitaram. Entre os assuntos mais
abordados, problemas com serviços públicos foram os mais reclamados.
Dois moradores reclamaram sobre a atual situação do Centro
de Controle de Zoonoses (CCZ). “A situação está muito complicada, parece até
que a administração esqueceu daquele local. O atendimento tem ficado muito a
desejar”, comentaram.
Outro assunto muito discutido foi em relação as duas semanas
que os setores da prefeitura ficarão parados para festas de Natal e fim de ano.
“Os postinhos fecham está sexta [18] e retornam somente em 4 de janeiro, acho
isso um absurdo”, reclamou uma moradora. Após a fala da mulher, outros cidadãos
fizeram a mesma queixa.
Doutor, o senhor tem
informações sobre o CCZ? Qual medida pode ser adotada para amenizar os
problemas caso eles realmente ocorram?
Seria ótimo poder falar sobre a Paz e a felicidade do Natal,
com solidariedade entre os homens e o respeito a todos os seres vivos,
especialmente com os animais que vivem a nossa volta. Infelizmente hoje o papel
de Zoonoses está totalmente indefinido por falta de interesse e mesmo de
capacidade técnica da administração, que não sabe o que fazer com isso, apesar
do PV estar como capacho do PSDB.
Quando foi montada na década de 1990, a zoonose tinha incumbência
principal de controlar a raiva canina e prevenir algumas ameaças de epidemias
que felizmente acabaram por não ocorrer. Com poucas funções, virou depósito de
animais apreendidos em vias públicas, mal dando conta do recado.
Hoje, com estrutura inadequada e subutilizada, atendendo
mais os interesses de funcionários que dos animais, deixa muito a desejar. O
que fazer?
O CCZ deveria ser entendido de uma forma mais abrangente,
dentro de um Programa de Saúde Animal com aspecto social, afetivo, educativo e
também epidemiológico.
E a paralisação do
serviço municipal por duas semanas durante o período natalino. Como o senhor avalia
a situação e como vê as reclamações da população?
Me pergunto o que é isso? Como pode uma coisa dessa? Uma
greve oficial [um lock out]?
Na verdade, é mais um atestado de incompetência. Querem
fazer o povo acreditar que é apenas um descansinho de fim de ano. Que grande
empresa pode se dar este luxo? Apesar de haver queda na demanda de serviços na
administração pública, não se justifica fechar a prefeitura, como se seus
serviços fossem totalmente dispensáveis.
Maioria dos cidadãos não concorda com paralisação dos serviços públicos por duas semanas e reclamaram ao vice- prefeito |
Tudo por conta de um planejamento não feito, que não
reservou verbas para custear os serviços públicos no último mês do ano.
Decreta-se recesso total de serviços, devido gastos dirigidos para fins de
promoção pessoal e falta de recursos para o que é essencial.
Doutor, o gabinete na
praça o aproxima das pessoas. Como o senhor analisa as reclamações recebidas? Afinal,
dos que param, a maioria é para reclamar.
Esta experiência tem me ajudado muito em minhas reflexões
sobre a questão da Democracia e da representatividade política.
Primeiro, estas pessoas que reclamam, mostram que há de fato
uma exclusão de segmentos sociais na gestão dos destinos da sociedade. Isso é o
que se define nas ciências sociais como luta de classes, uns poucos formam uma
tropa de elite que decidem tudo, geralmente a seu favor e esquecem a maioria.
Isso é uma coisa que os ‘coxinhas’ fingem não entender e, dominando a mídia, difundem
o falso conceito de que esta ‘trupe de elite’ é que vai defender e salvar a
comunidade.
O Gabinete na Praça lembra a origem da democracia na Grécia,
onde as pessoas levavam seus problemas comuns para serem discutidos e definidos
pelo conjunto dos cidadãoes [algo que seria a base do comunismo - um ideal que
nunca se concretizou].
Em segundo lugar; quem nunca é ouvido, quem não é respeitado
e não participa, quem não recebe nem uma migalha de atenção, de conhecimentos e
formação educacional, só pode mesmo é reclamar, até que toda essa indignação
irrompe em fuga da realidade, doença, drogadição ou violência social.
Daí minha luta pela inclusão política dos cidadãos, até como
forma de prevenção de doenças e promoção da saúde. Somente com a inclusão e
participação das pessoas na política poderemos ter um feliz Natal e um próspero
Ano Novo.
"Talvez as minhas maiores loucuras de hoje sejam amanhã minhas melhores lembranças"
Gostei da frase final ! ;)
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