terça-feira, 22 de dezembro de 2015

População reclama sobre serviços públicos

Doutor Ari atende munícipe em seu 'gabinete' na Praça da
Bandeira, Centro de Itatiba. Fotos: Ivan Gomes
O vice-prefeito de Itatiba Ari Hauck, o dr. Ari (Rede), esteve em seu “gabinete” na Praça da Bandeira, Centro de Itatiba, na quarta-feira (16) e ouviu os populares que o visitaram. Entre os assuntos mais abordados, problemas com serviços públicos foram os mais reclamados.

Dois moradores reclamaram sobre a atual situação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). “A situação está muito complicada, parece até que a administração esqueceu daquele local. O atendimento tem ficado muito a desejar”, comentaram.

Outro assunto muito discutido foi em relação as duas semanas que os setores da prefeitura ficarão parados para festas de Natal e fim de ano. “Os postinhos fecham está sexta [18] e retornam somente em 4 de janeiro, acho isso um absurdo”, reclamou uma moradora. Após a fala da mulher, outros cidadãos fizeram a mesma queixa.

Doutor, o senhor tem informações sobre o CCZ? Qual medida pode ser adotada para amenizar os problemas caso eles realmente ocorram?
Seria ótimo poder falar sobre a Paz e a felicidade do Natal, com solidariedade entre os homens e o respeito a todos os seres vivos, especialmente com os animais que vivem a nossa volta. Infelizmente hoje o papel de Zoonoses está totalmente indefinido por falta de interesse e mesmo de capacidade técnica da administração, que não sabe o que fazer com isso, apesar do PV estar como capacho do PSDB.
Quando foi montada na década de 1990, a zoonose tinha incumbência principal de controlar a raiva canina e prevenir algumas ameaças de epidemias que felizmente acabaram por não ocorrer. Com poucas funções, virou depósito de animais apreendidos em vias públicas, mal dando conta do recado.
Hoje, com estrutura inadequada e subutilizada, atendendo mais os interesses de funcionários que dos animais, deixa muito a desejar. O que fazer?
O CCZ deveria ser entendido de uma forma mais abrangente, dentro de um Programa de Saúde Animal com aspecto social, afetivo, educativo e também epidemiológico.

E a paralisação do serviço municipal por duas semanas durante o período natalino. Como o senhor avalia a situação e como vê as reclamações da população?
Me pergunto o que é isso? Como pode uma coisa dessa? Uma greve oficial [um lock out]?
Na verdade, é mais um atestado de incompetência. Querem fazer o povo acreditar que é apenas um descansinho de fim de ano. Que grande empresa pode se dar este luxo? Apesar de haver queda na demanda de serviços na administração pública, não se justifica fechar a prefeitura, como se seus serviços fossem totalmente dispensáveis.
Maioria dos cidadãos não concorda com paralisação dos
serviços públicos por duas semanas e reclamaram ao vice-
prefeito
Com certeza haverá a cada manhã, aglomeração na porta do Ambulatório Central e das UBSs, com pessoas mal informadas e muitas até com agendamento para consultas e em busca de tratamentos.  
Tudo por conta de um planejamento não feito, que não reservou verbas para custear os serviços públicos no último mês do ano. Decreta-se recesso total de serviços, devido gastos dirigidos para fins de promoção pessoal e falta de recursos para o que é essencial.

Doutor, o gabinete na praça o aproxima das pessoas. Como o senhor analisa as reclamações recebidas? Afinal, dos que param, a maioria é para reclamar.
Esta experiência tem me ajudado muito em minhas reflexões sobre a questão da Democracia e da representatividade política.
Primeiro, estas pessoas que reclamam, mostram que há de fato uma exclusão de segmentos sociais na gestão dos destinos da sociedade. Isso é o que se define nas ciências sociais como luta de classes, uns poucos formam uma tropa de elite que decidem tudo, geralmente a seu favor e esquecem a maioria. Isso é uma coisa que os ‘coxinhas’ fingem não entender e, dominando a mídia, difundem o falso conceito de que esta ‘trupe de elite’ é que vai defender e salvar a comunidade.
O Gabinete na Praça lembra a origem da democracia na Grécia, onde as pessoas levavam seus problemas comuns para serem discutidos e definidos pelo conjunto dos cidadãoes [algo que seria a base do comunismo - um ideal que nunca se concretizou].
Em segundo lugar; quem nunca é ouvido, quem não é respeitado e não participa, quem não recebe nem uma migalha de atenção, de conhecimentos e formação educacional, só pode mesmo é reclamar, até que toda essa indignação irrompe em fuga da realidade, doença, drogadição ou violência social.
Daí minha luta pela inclusão política dos cidadãos, até como forma de prevenção de doenças e promoção da saúde. Somente com a inclusão e participação das pessoas na política poderemos ter um feliz Natal e um próspero Ano Novo.
"Talvez as minhas maiores loucuras de hoje sejam amanhã minhas melhores lembranças" 

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