segunda-feira, 27 de julho de 2015

Do voyerismo político ao ativismo cidadão

Marina Silva durante debate em São Paulo. Fotos: Ivan Gomes
Rede sustentabilidade debate com partido De La Red argentino sobre nova maneira de fazer política

Marina Silva, candidata a presidente da República em 2010 e 2014 e uma das militantes na criação da Rede Sustentabilidade, participou de debate público realizado na noite de quinta-feira (23), no Centro Cultural de São Paulo. Em pauta, a discussão “Democracia e Internet”. O debate foi mediado pelo jornalista Milton Jung e teve participação do jovem argentino Santiago Siri, co-fundador do partido De La Red.

Durante o debate, Siri falou sobre a criação do partido na Argentina e de como a tecnologia tem contribuído para divulgação das ideias. “O partido De La Red é recente [2013] e diferente de tudo que temos na Argentina. Ele surge da necessidade de se buscar e consolidar as ideias e anseios dos indignados através de um SOFTWARE – o Democracy OS [http://democracyos.org] capaz de impactar o sistema político. Após dois anos de sua criação, já participamos do debate político em várias cidades e províncias. Nosso software é livre e usado mesmo na França, México, Espanha, Chile, Índia, Ucrânia. Nossos candidatos se comprometem a lutar pelas decisões definidas por esta ferramenta e não em projetos pessoais”, comentou.

Marina, em sua fala, citou várias vezes a necessidade de “democratizar a democracia”. “Nosso sistema está estagnado na polarização simplista de uma ilusória dualidade. Querem dividir a sociedade entre ‘esquerda e direita’, da mesma forma como pensamos o quente e frio ou o claro e escuro. Nossa realidade local e nacional, sem dúvida, tem tudo a ver com a crise mundial. Vivemos uma profunda crise civilizatória, onde cinco temas conflitam nossa sobrevivência: a crise econômica, a social, a de valores [ética], a política e a mais grave, a crise ambiental”, apontou.

Ela falou também sobre a mudança que a sociedade necessita. “Precisamos de um novo ativismo, um ativismo autoral e não o dirigido por lideranças pessoais passageiras. Estamos no fim da era do poder pelo poder, do lucro estagnado. A crise das lideranças políticas e partidárias ocorrem devido ao surgimento de um novo sujeito político ativo. A política não pode ser só mais do mesmo, da visão autoritária e rígida. Esta forma inadequada de ser não dá conta dos 90% de indignados, precisamos ser protagonistas!”, afirmou Marina.

A militante política também falou que imprensa alavancou o pensamento político no século 18 e sobre a internet. Ela [internet] está sendo uma ferramenta indispensável no processo de mudança. No entanto o uso da tecnologia não pode transformar o cidadão indignado num ‘voyeur da cidadania’ que usa o Facebook como válvula de escape. A tecnologia pode fazer as pessoas participarem e serem transformadoras, cidadãos praticantes”, completa Marina.

Ari Hauck com Marina Silva: ambos militantes para criação
da Rede Sustentabilidade
A ex-presidenciável falou também sobre a criação da Rede Sustentabilidade que deve ser liberada no início de agosto e ser um caminho para futuras mudanças. “Não somos a resposta pronta para atual crise, mas debatemos conjuntamente um caminho para a transição. Precisamos todos entender também que a ‘democracia é uma ideia imperfeita para um mundo imperfeito’”, argumentou. “Uma nova maneira de pensar a política é necessária para este momento”.

ARI HAUCK

Militando na criação da Rede Sustentabilidade desde 2010, o vice-prefeito de Itatiba, Ari Hauck, o dr. Ari (sem partido) acompanhou atentamente o debate. Ele falou de sua impressão sobre as ideias apresentadas.

Blog: Qual sua opinião sobre o debate?
Dr. Ari Hauck: Estamos vendo a indignação tomar conta dos eleitores e ao mesmo tempo uma total indiferença do sistema político, como se os políticos, mesmo nossos vereadores, vivessem em outro planeta. E compreensivamente vemos um esgotamento da participação social. As pessoas não têm tempo de saírem de si mesmas, seus problemas e inseguranças são imensos. Muitos perdem a esperança num mundo melhor. No entanto a indignação e o desejo do mais e melhor são irresistíveis. O debate mostrou que estes fatos não ocorrem apenas no Brasil. O mundo todo vive uma crise civilizatória, uma crise ética, como diz Marina Silva.

BO: debate trouxe algo novo?
AH: Sem dúvida, só o fato de vermos estes jovens na Argentina traçarem seu próprio partido sem caciques e curiosamente com o mesmo nome Rede, já aponta para novas oportunidades. No sábado também participei do debate ‘Brasil em crise’ do PSOL onde Luciana Genro propõem uma união de partidos e movimentos contra o retorno à barbárie da ‘bancada medievalista’. Existe um consenso de que a crise econômica internacional deve ser superada mantendo-se os privilégios do grande capital às custas da flexibilização dos direitos sociais. A este esquema o PT [Partido dos Trabalhadores] se subordinou através do ajuste econômico [para as classes média e baixa]. Mas é um grande equívoco centrar toda a culpa no PT e deixar o PMDB e o PSDB à vontade. Todos os culpados devem pagar por seus crimes, sejam de qual partido forem.

Dr. Ari anota principais temas durante debate
B: Como o senhor vê o uso da tecnologia para fazer política?
AH: Da mesma forma que a imprensa impulsionou as mudanças políticas no século 18, a Internet se apresenta como uma nova ferramenta de informação e de conscientização. A dúvida é se o voyeurismo do ‘face’ vai se transformar em ativismo cidadão.

B: O que o senhor pensa sobre a ideia de Marina em “democratizar a democracia”?

AH: É comum as bandeiras de justiça e igualdade de direitos serem desfraldadas por oportunistas. Até os golpistas de 64 se diziam defender a democracia. Acho que temos que deixar claro o que queremos. Para isso é importante buscar novos caminhos de participação com responsabilidade social. Democratizar para uma melhor qualidade de vida e oportunidades para todos.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O ‘petrolão’, escândalos e os pedágios

Imagens: Reprodução Internet, exceto as indicadas
Por Ivan Gomes

Virou rotina abrir jornais impressos a cada dia, ou acessar sites de notícias e informações, e deparar-se com matérias sobre o “petrolão”. A cada dia novos depoimentos são apresentados, críticas realizadas, acusações e a mídia no trabalho de defender ou acusar x ou y, conforme sua linha editorial. Algo que precisa ser lembrado é que “mídia imparcial” é algo que não existe e todos têm um lado, alguns deixam isso explícito, outros tentam nos ludibriar, mas não nos deixamos enganar, por mais que um editor, colunista, ou qualquer outro “funcionário”, tente nos fazer engolir essa falácia.

As denúncias contra o governo federal chegam ao absurdo, a repercussão que isso denota é imensa. Todos os problemas que ocorrem em nosso país, qualquer cidadão, por mais leigo que seja, aponta o governo como culpado, principalmente o governo federal, aqui representado pela presidente Dilma Rousseff (PT). Algo que é óbvio, é que o governo da presidente (não menciono presidenta pois acho uma anomalia, algo ridículo) embora tenha parte da culpa, mas nem tudo é sua culpa, é preciso reconhecer que os escândalos ainda não a envolvem diretamente e sim pessoas da base de apoio e de seu partido. E a própria palavra partido já nos remete a algo dividido, cada grupo de um lado, apesar de estarem na mesma entidade.

Os problemas estão visíveis e as acusações e investigações seguem a todo vapor e muitas notícias e opiniões nos chegam de maneira distorcida ou somente com opinião de quem é contra o governo. Ser contra quem está no comando é muito fácil, difícil é ter humildade para pensar em benefício de um coletivo, neste caso do país. Enquanto o governo chafurda em um lamaçal sem fim, outros preferem que ele se afunde cada vez mais, é o “quanto pior melhor”, sem se preocupar que toda essa lama irá prejudicar mesmo é a população, o que sempre ocorre. É sempre o povo que paga a conta, enquanto pseudos heróis paladinos, alguns militantes do PMDB e do PSDB, principalmente seu presidente Aécio Neves, que posa de defensor de boa conduta pública.

O líder do partido tucano no ano passado disputou a presidência com Dilma e perdeu por uma margem de votos que pode ser considerada pequena, mas perdeu. No entanto, os 12 anos de governo PT, que podem chegar a 16, não “desceu à goela” dos tucanos e eles fazem uma verdadeira ação para desmoralizar e banalizar um grupo que dá suas derrapadas sozinho e não precisa ser bombardeado mais do que é por parte da imprensa e os denominados “formadores de opinião”.

Não estou aqui para defender o PT ou seu governo. Penso que todos precisam ser investigados e se houver culpados, que sejam julgados e paguem por suas práticas criminosas. O que soa estranho é que, em meio a tantas denúncias, acusações, investigações, é que muitos nomes da “oposição”, que hoje é encabeçada pelos “paladinos” tucanos, não sejam também investigados com o mesmo afinco, ou se são, a mídia não lhes dê a mesma ênfase e importância que dão contra o governo federal. Se isto ocorre, fica demonstrado que a chamada “grande mídia” tem seu lado e não faz questão de esconder.

No Estado de São Paulo temos governo tucano há mais de 20 anos. Nestas duas décadas fica difícil apontar o que eles fizeram de tão bom aos paulistas que mereçam voltar ao governo federal e transformar o país. São Paulo, para muitos, é tido como a “locomotiva” do Brasil, o estado mais rico e outros sinônimos. Mas somente quem aqui habita e precisa trabalhar sabe a quantidade de problemas que enfrentamos.

Em nosso estado há muitas obras, escândalos em licitações entre outras adversidades. Secretários do governo são acusados em vários âmbitos e as notícias sobre esses fatos não nos são apresentadas com a mesma frequência do “petrolão”. Como estão as investigações? E os escândalos do metrô? E os problemas, que muitos afirmam que o presidente do partido tucano, Aécio Neves, teve em Minas Gerais? As acusações têm fundamento? Estão sendo investigadas?

Porque um partido, que se diz favorável ao país e sua população, não tem governos transparentes? Algo que precisa ser apresentado a todos, além da qualidade de Educação, das Universidades, sem esquecer a “falta” d´agua, é a questão da arrecadação dos pedágios nas rodovias paulistas. Todos dizem que temos as vias mais seguras e modernas, mas é o mínimo esperado para um governo que arrecada bilhões com pedágio. E os valores não são nada módicos. Em trechos com menos de 100 quilômetros na rodovia Castelo Branco, para citar um exemplo, os valores ultrapassam o valor de R$ 11.

Em uma viagem com cerca de 300 quilômetros, o motorista deixará cerca de R$ 100, temos preços para todos os bolsos. Isso interfere diretamente nos preços das nossas mercadorias, mas quase ninguém comenta. E para onde vai esse dinheiro? Isso não é divulgado! A manutenção de funcionários e camada asfáltica não consome os bilhões arrecadados. E quase todas as rodovias no estado “tucanistão” são privatizadas. Você até trafega com certa segurança e conforto, mas o preço é alto demais e inviabiliza um maior desenvolvimento do turismo e mesmo de produtos e mercadorias com preços mais atrativos e como consequência disso temo menos poder de consumo da população.

Todavia, antes de atirarmos pedra somente em uma pessoa, precisamos enxergar para além do que estamos acostumados. É necessário deixar nossa pseudo “zona de conforto” e ver que muitos problemas ocorrem em âmbito municipal e estadual. Itatiba também tem seus problemas, o prefeito é do PSDB e mesmo assim muitos itatibenses, descontentes com o mandato do atual alcaide, insistem em atacar somente a presidente por problemas locais ou estaduais ou pensa que as melhorias serão praticadas por algum membro do partido do qual o gestor municipal faz parte.

Estes são apenas alguns paradoxos que ouvimos e vemos diariamente. E aquele “papinho” chato, de que ano que vem tem eleição e é preciso saber em quem votar, já começou. Não há escolha. Os novos que pensam em mudar são atacados e vilipendiados por quem está no poder, seja ele executivo, legislativo ou judiciário. Quem está no poder não quer perdê-lo. Eles fazem de tudo para desestimular a participação de pessoas que realmente poderiam se engajar em batalhar por algo melhor. O que temos hoje é um excesso de egos e demagogos. Enquanto isso, a minoria dos bons políticos trabalha em silêncio e age em curto espaço, pois caso contrário são devorados por esta máquina voraz do poder.

Cuidado com aquele que se diz honesto e preocupado com a população, estes são os mais perigosos, são os primeiros a triturarem qualquer tentativa de mudança. É preciso cuidado com pessoas de gestos e palavras ríspidas em discursos vazios, quem perde energia com isso não terá capacidade de promover qualquer mudança. Gasta-se muito tempo em jogos de cena, caras e bocas.


Solução para uma melhoria, em curto espaço de tempo, na nossa atual política partidária não existe. Levará muito tempo para termos bons representantes. Precisamos mudar como sociedade, sermos mais críticos, participativos, não termos medo de enfrentar as dificuldades e realmente pensar em mudança e não somente em benefício próprio e no status de “bom mocinho”. Enquanto nos mantivermos como hoje, preocupados apenas em observar redes sociais, aparentar sermos algo que não somos, trocar de celular a cada dois meses, sempre ouviremos falar em escândalos, “petrolão” e pagaremos muitas taxas de pedágio.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Vice-prefeito participa de Conferência Regional de Saúde

Fotos: Ivan Gomes
Ari Hauck foi um dos representantes de Itatiba em encontro regional realizado em Jaguariuna

O vice-prefeito de Itatiba, Ari Hauck, o dr. Ari (sem partido), participou entre segunda-feira (6) e terça (7) da 7ª Conferência Regional de Saúde, em Jaguariúna. Hauck que atua como médico do PSF na UBS do bairro dos Pires, foi um dos representantes dos trabalhadores do município eleitos na Conferência Municipal em Itatiba para o encontro regional.

Em dois dias de debates sobre a situação do SUS (Sistema Único de Saúde) na Região Metropolitana de Campinas (RMC) foram discutidas as melhorias que precisam ser realizadas e a regionalização dos serviços de saúde para atender a demanda dos 42 municípios da região.  Nas discussões os representantes dos gestores, usuários e de trabalhadores definiram as prioridades e diretrizes regionais a serem apresentadas nas etapas estadual e nacional.

Também foram eleitos os delegados regionais para participarem das conferências estadual e nacional. Três representantes de Itatiba foram eleitos delegados; Sebastião Vendramim como representante dos usuários do SUS, Luciana Carla e dr. Ari como representantes dos trabalhadores.

Durante os trabalhos, também foram realizadas moções de apoio e repúdio e algumas ações tanto na esfera estadual quanto federal. Hauck, como representante de Itatiba, fez moção para que a presidente Dilma Rousseff (PT) vete perdão de dívidas dos Planos de Saúde com o SUS, projeto apresentado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A moção apresentada pelo vice-prefeito itatibense foi aprovada por aclamação por todos que participaram do encontro.

BATE PAPO

Ao final do encontro, Hauck falou sobre suas impressões.

Qual balanço o senhor faz desta conferência? Ela trará benefícios direto aos usuários do SUS?
As conferências de saúde são um mecanismo de consulta pública sobre as prioridades do SUS, onde as propostas de cada bairro são levadas à Conferencia Nacional e passam a constar das diretrizes nacionais e definem as prioridades nos próximos três anos e tanto o Ministro da Saúde como a própria presidente devem obedecer, pois os conselhos comunitários são deliberativos para o executivo, porém o Congresso Nacional tem mais poder de pressão que dificulta as decisões populares.

Sobre a moção apresentada, como ocorreu a ideia para esta ação e qual análise o senhor faz deste assunto?
Esta foi uma das emendas ditas “Tartarugas” que o deputado Eduardo Cunha embutiu sorrateiramente na aprovação de uma das PECs, perdoando as dívidas que os Planos de Saúde têm com o SUS. São pagamentos devidos por procedimentos realizados pelo SUS aos Planos de Saúde nos últimos 20 anos. São cerca de R$ 2 mi que agora o judiciário deu como causa final favorável ao SUS, não restando outra coisa senão fazer o pagamento. Como todos sabem, [Eduardo] Cunha tem suas campanhas eleitorais financiadas pelos planos de saúde, desta forma ele tira dos pacientes do SUS para enriquecer os empresários de saúde, inclusive multinacionais.

Outra moção que apresentei foi contra a aprovação da lei, também da autoria de Cunha, que pode ser chamado de inimigo número 1 do SUS, que obriga todas as empresas a terem convênio de saúde para seus empregados. Acontece que os custos destes convênios são descontados do Orçamento Federal que inviabiliza o SUS. Apresentei outras propostas no sentido de que o governo do Estado faça suas aplicações conforme a lei, na rede de postos de saúde e que o governo Federal atualize os valores de pagamentos dos procedimentos hospitalares para as Santas Casas e hospitais do SUS.

O senhor concorreu para representar a região na Conferência Estadual, mas alguns membros de Campinas reclamaram devido ao fato de ser vice-prefeito. Como o senhor vê esta situação e o que deve ocorrer?
Sim, fui eleito tanto para a Conferência Estadual como para a Conferência Nacional de Saúde. No entanto, um representante de Campinas questionou o fato de ser vice-prefeito e achou que atuo na gestão de saúde em Itatiba. Neste caso encaminhei documentação da própria prefeitura que comprova que não faço parte da gestão municipal, não recebo salário como vice-prefeito e que trabalho unicamente como médico de família contratado pela Santa Casa de Itatiba e não pela prefeitura. 

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Empresários podem aderir à campanha ‘Acertando suas contas’

A Associação Industrial e Comercial de Itatiba (Aicita) realizará no segundo semestre a campanha “Acertando Suas Contas”, promovida pela Boa Vista Serviços (BVS), administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), exclusivamente para associados. Neste ano, Itatiba participa desta iniciativa de promoção da sustentabilidade do crédito, existente desde 2010 no País, que associa a oportunidade de renegociação de dívidas com educação financeira, contribuindo assim para construção de um sistema de crédito sustentável.

Desde o início foram realizadas mais de 340 mil renegociações. Por isso, esta é a oportunidade ideal para o consumidor e perfeita para o credor, que deve ser associado à Aicita. O objetivo é auxiliar micro, pequenas, médias e grandes empresas na renegociação de dívidas com clientes a fim de reativar o seu capital de giro. A Aicita receberá no dia 24, às 9h, empresários interessados em participar da campanha que está agendada para 24, 25, 26, 27 e 28 de novembro.

BENEFÍCIOS

Esta é uma oportunidade de recuperação de crédito com clientes inadimplentes. Cada credor poderá negociar o desconto em juros e multa que deseja oferecer ao inadimplente. O investimento tem o melhor custo-benefício em ações de recuperação.

“Em um ano em que os consumidores estão segurando os gastos, é de suma importância que o empresário preocupado em reaver o valor devido por seus consumidores invista em uma campanha que trabalhará para a renegociação”, estimula Nilton Bortolotto, diretor de SCPC da Aicita.

ATENDIMENTO

Os atendimentos aos consumidores serão feitos no Salão de Cursos da Aicita, para realizar consulta de CPF e verificar se há débitos existentes na base de dados da Boa Vista. O consumidor receberá orientações financeiras para aperfeiçoar o controle do orçamento doméstico e encaminhamento para a renegociação de dívidas com os credores. Por fim, receberá um voucher personalizado convidando-o para renegociação com o credor.

Esta também é uma chance de relacionamento, pois cria novas oportunidades para fidelizar o consumidor, deixá-lo com boa impressão de marca e reabilitar o acesso ao crédito associado às práticas de educação financeira. Interessados em aderir à campanha podem obter mais informações pelo telefone (11) 4534-7882.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

SCPC de junho aponta alta de cancelamentos e queda de registros

A Associação Industrial e Comercial de Itatiba (Aicita) divulgou na segunda-feira (6), balanço do mês de junho do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) no município, que tem como destaques a alta de cancelamentos e a queda de registros.

Os cancelamentos, que resultam nos nomes retirados da lista de devedores, tiveram aumento, de 14,3%. O índice passou de 328 em maio para 375 em junho. Se comparado com abril (270), a porcentagem sobe ainda mais e chega a 38,8%.

Já os registros de inadimplentes obtiveram nova queda. Foram 522 em junho contra 601 em maio, 13,14% a menos. Em comparação com o mês de abril, que obteve 755 registros, a diminuição de inclusões tem diferença de 30,8% a menos.

Consultas

As consultas, que são termômetro de vendas a prazo, obtiveram leve diminuição, de 4,3%, e passou de 6.552 em maio para 6.266 em junho.

O resultado deste índice não teve grande impacto, ao observar que o quinto mês do ano teve resultado influenciado pelas compras de Dia das Mães. Apesar do total de consultas ser inferior, o balanço de junho trouxe boas notícias, diante do atual cenário econômico nacional.

Movimento do SCPC em Itatiba

Indicador            ABRIL    MAIO    JUNHO
Consultas            5.771     6.552     6.266
Registros             755         601         522
Cancelamentos   270         328         375                           

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Ari Hauck comenta críticas recebidas na Câmara e situação do PSF

Fotos: Ivan Gomes
O vice-prefeito de Itatiba, Ari Hauck, o dr. Ari (sem partido), foi criticado por vereadores durante sessão da Câmara realizada na quarta-feira (1). Parlamentares da situação e oposição criticaram Hauck por denúncias feitas ao Ministério Público (MP) sobre contratação de funcionários da saúde, por meio da Santa Casa de Itatiba.

Segundo Hauck, a denúncia que resultou no processo trabalhista teria sido feita por um servidor da prefeitura em 2008. Devido às críticas recebidas, o vice-prefeito comentou sobre o assunto e explicou o que ocorreu.

Blog: Ari, qual o teor da denúncia que o senhor fez ao MP?
Ari Hauck: Desde a primeira eleição, quando iniciei os trabalhos na Secretaria da Saúde em 2009, notei a necessidade de reformulação do contrato com a Santa Casa. Isto foi levado ao secretário [Luiz Gonçalves Simões] e ao prefeito [João Fattori PSDB] diversas vezes. Em 2010 ocorreu uma intervenção do MP no hospital Cândido Ferreira, em Campinas, que resultou no rompimento do convênio da prefeitura daquele município e demissão de todos os funcionários. O fato ocorrido por lá foi mais um alerta sobre o problema que enfrentaríamos. Em 2012, recebi estudo da Fundação Getúlio Vargas que demonstrava a irregularidade do convênio da prefeitura com a Santa Casa para administração do PSF (Programa de Saúde da Família). Só que naquele ano, a situação no município estava ainda mais grave devido a incorporação das ações no Caps AD [Centro de Apoio Psicológico e Social – Álcool e Drogas] e Caps II não previstas no convênio. Mesmo alertados, os gestores não adotaram providências e àquela época levei o fato ao conhecimento do MP até para salvaguardar minhas responsabilidades, pois era o coordenador do PSF.

“Fiz a denúncia devido a uma questão ideológica, como consciência social e por obrigação como vice-prefeito, pois tenho que zelar por uma administração transparente e honesta” 

B: Quais são as irregularidades no convênio?
AH: Legalmente o convênio deveria ser semelhante ao da UPA [Unidade de Pronto Atendimento], uma gestão de serviços. No entanto, essa gestão era feita diretamente pelo secretário e a Santa Casa unicamente se prestava para elaboração da folha de pagamento, ou seja, uma terceirização de mão de obra. Ocorre que esta terceirização passou a ser usada para suprir deficiências de profissionais de outras áreas da saúde onde deveriam ser supridas por concurso público. Com isso, se configura uma burla na legislação da administração pública, algo que não poderia concordar, daí repeti a denúncia em 2015, em março, uma vez que o MP estaria preocupado com a ocupação de cargos sem ocorrência de concurso. Como autoridade, como vice-prefeito, não posso me omitir, por isso e por outros motivos pedi demissão do cargo de coordenador. Mantive apenas a função de médico e oficializei a ruptura política com o prefeito Fattori e o secretário Simões.

B: Com a denúncia anterior, somada a sua, temos dois processos ou eles tornaram-se único?
AH: A exigência atual de remodelação do convênio partiu do Ministério do Trabalho a partir da denúncia de 2008, da qual só fui ter conhecimento recentemente. A denúncia que levei ainda está em tramitação e a unificação delas depende de um entendimento da Justiça.

B: Por que a situação chegou ao ponto em que está? Poderia ter sido evitada?
AH: É bom que fique claro que por diversas vezes propus que novos funcionários para os PSFs e posteriormente para os Caps, fossem contratados por concurso público municipal e não como terceirizados. Havia inclusive uma folga na lei de responsabilidade fiscal que permitiria essa inclusão. No entanto, jamais fui ouvido e a situação se agravou com a contratação de muitos profissionais sem processo seletivo. Recentemente soube por meio do Sindicato dos Servidores da existência de um TAC [Termo de Ajuste de Conduta] assinado pelo então prefeito José Roberto Fumach, em novembro de 2008, época em que estávamos na transição de governo e da qual não fui informado em momento algum, mas com certeza deve ter tramitado nas instâncias da administração municipal. O problema se agravou por esta omissão.  

B: Haverá demissão de médicos e enfermeiros? Como ficará o atendimento à população?
AH: Isso depende da proposta do secretário [Simões] e de sua aceitação pelo Ministério do Trabalho. Há grande probabilidade de se reformular totalmente o convênio e com isso até termos a necessidade da licitação de um gestor para o PSF que poderá não ser a Santa Casa. Acredito que o ideal é tudo ser feito pela prefeitura dentro de seu quadro funcional onde os atuais funcionários poderão ser efetivados após serem aprovados em concurso público. Seria uma perda inestimável que os bons funcionários do PSF não sejam aproveitados. Espero que na seleção seja valorizado o currículo onde possa constar experiência e cursos de capacitação.
 Aqueles que não participarem das provas ou forem reprovados deverão ser demitidos, até mesmo eu se fosse o caso.

B: Em caso de demissão, até o senhor como vice pode ser atingido?
AH: Sim, pois sou contratado como médico do PSF pela Santa Casa tendo optado por não receber como vice-prefeito desde meu primeiro dia de mandato. Desta forma estou sujeito, como qualquer um, as mesmas consequências. Fiz a denúncia devido a uma questão ideológica, como consciência social e por obrigação como vice-prefeito, pois tenho que zelar por uma administração transparente e honesta.  

“Renunciar é fazer o jogo de quem pretende galgar posições e ficar cada vez mais próximo do poder”

B: As críticas feitas pelos parlamentares têm fundamento ou o senhor sente que foi algo político, devido à proximidade das eleições?
AH: Ficou muito claro na sessão de quarta-feira [1] que havia um teatro montado, pois os vereadores tinham em mãos cópias dos processos, algo que eu mesmo não possuía. Daí fizeram diversas acusações sabendo que nada daquilo tinha a ver comigo e sim com a má administração municipal, que caracteriza improbidade. É sempre a mesma história, ‘condenar a vítima para livrar o culpado’. Ninguém chuta ‘cachorro morto’! Alguém deve estar preocupado com a possibilidade que eu seja candidato.

B: A oposição insiste em dizer que o senhor continua vinculado à administração Fattori. A situação lhe trata como inimigo. Qual seu posicionamento?
AH: Tenho que admitir que errei em apoiar o prefeito Fattori. Fui ético e fiel até o último instante onde ficou patente que nosso plano de governo não seria executado, motivo pelo qual rompi definitivamente com a administração. Quanto a oposição, não tenho compromissos com nenhum dos parlamentares embora respeite e até tenha defendido junto ao prefeito, posições corretas por eles apresentadas. Não sou vice-prefeito da situação. Sou vice-prefeito da cidade de Itatiba, com posições independentes dentro de uma ideologia de justiça social, transparência e participação dos cidadãos. Sou contrário ao centralismo, autoritarismo e personalismo. Não admito vinganças como método de trabalho e administração que só pense eleitoralmente.

B: Se o senhor discorda da atual administração, porque não renunciou?
AH: Diariamente sou cobrado por onde passo pelas pessoas que dizem que votaram em mim e não no Fattori. Elas esperam de mim uma posição frente a má administração. Devido ao meu compromisso com essas pessoas não renuncio. Embora o vice-prefeito não tenha nenhum poder e, de fato, não tenho nem gabinete para atender a população e nem cartão de visita, eu só poderia ter alguma atuação caso o prefeito determine isso, só posso fazer algo quando é determinado pelo prefeito, a lei não me dá chance de ter qualquer tipo de poder. Nesta situação, renunciar é fazer o jogo de quem pretende galgar posições e ficar cada vez mais próximo do poder.