Vice disse ainda que nunca recebeu pelo cargo e que seu rendimento
sempre foi exclusivamente do trabalho que executa como médico da rede pública
Mesmo após várias declarações sobre sua ruptura política com
o prefeito João Fattori (PSDB) e também de que nunca recebeu salário pelo cargo
de vice-prefeito, Ari Hauck, o dr. Ari, foi novamente questionado nas últimas
semanas, principalmente pelas redes sociais, pela sua situação política e
também financeira.
Segundo Hauck, o rendimento que tem é exclusivamente devido
ao trabalho que exerce como médico em postos de saúde no município. “Atualmente
atendo nas unidades de saúde dos bairros do Pires e também do Pinhal”, alegou o
vice. Ele também explicou os motivos que o levaram a abrir mão do salário de
vice-prefeito. “Antes de ser eleito já atuava como coordenador de saúde, em
Jundiaí e, assim que assumi o mandato em 2009, deixei Jundiaí para assumir a
coordenação do PSF [Programa de Saúde da Família] em Itatiba. A lei é clara em impedir
o recebimento por cargos cumulativos, desta forma, fiz a opção de receber pelo
meu trabalho como médico coordenador”.
Sobre sua situação política, Hauck disse também que antes de
disputar a reeleição ao lado de Fattori, abriu mão de sua candidatura para
vice. “Tive essa atitude pois notei que haviam novas alianças fora do perfil para
o programa de governo. Coloquei minha candidatura à disposição para que ele
[Fattori] montasse a equipe à sua maneira. No entanto ele reafirmou o desejo de
que eu continuasse e garantiu o respeito ao programa de governo. Hoje admito
que errei em ter aceito continuar”, afirmou.
Hauck declara que “o relacionamento já estava estremecido na
reta final de campanha de reeleição em 2012, em virtude do individualismo do
candidato [Fattori] à época. Ele não respeitava os compromissos eleitorais, decidia
tudo sozinho, e sem justificativa não aparecia para cumprir agenda de
campanha”, explicou Hauck.
MANDATO
O vice ainda relatou outros problemas com o chefe do
executivo. “Desde 2013, meses após Fattori assumir seu segundo mandato, me
convenci de que não havia mesmo condições de um trabalho em conjunto. Cada vez
mais centralizador, vingativo, não recebia ninguém, todos os projetos eram
ignorados, a reestruturação da saúde, carreira de médicos e servidores,
tratamento do lixo, diversas questões ambientais, até mesmo um gabinete para o
vice trabalhar e receber os moradores foi negado”.
Em 2013, meses após ser empossado como vice ao lado de
Fattori, Hauck declarou à imprensa e nas redes sociais o seu rompimento
político. Em entrevista ao jornal Bom Dia em 3 de agosto daquele ano, declarou
que não seguia mais com o prefeito devido divergências com o chefe do
Executivo. Pediu demissão do cargo de coordenador e permanece até hoje com o
cargo de médico generalista com redução de 30% do salário.
Agora sofre a vingança por ter denunciado o prefeito por sua
ausência do país sem oficiar a Câmara. “É
ilegal abandonar o cargo de prefeito? A lei é muito frouxa, quase omissa. Algum
pequeno empresário fica tranquilo em deixar sua pequena empresa por sete dias?
Abandonar a prefeitura com 3,2 mil funcionários sem avisar ninguém, pode até
estar dentro da lei, mas no mínimo é uma irresponsabilidade”, alfinetou Hauck.