Fotos: Arquivo Pessoal
O escritor, à direita, com seu filho e esposa |
O Brasil é um país com mais de 500 anos, com muita história,
mas muitas às vezes são quase esquecidas, mas sempre alguém vai a fundo e busca
trazer luz para algo que não ficou muito bem contado ou que quase nunca é
lembrada. Sorocabana, União e Luta! é uma dessas histórias que o advogado e
escritor Antonio Pedroso Junior, 61, foi resgatar.
Autor de outros livros, como “Subsídios para a História da
Repressão em Bauru”; “Porões Sem Limites”; “Márcio, o Guerrilheiro”;
“Subversivos Anônimos”; “Sargento Darcy, Lugar Tenente de Lamarca”. Coautor de
“Futebol & Ditadura”, que relata a história de Nando Antunes, irmão de
Zico, perseguido pelo regime militar, Pedroso traz à tona o drama dos
ferroviários punidos pelo Golpe Militar. “Sempre busquei resgatar a memória do
meu pai e de seus companheiros de luta, e como consequência deste trabalho de
resgate, surgiu o Sorocabana – União e Luta”, afirma o autor. Abaixo você
confere entrevista na íntegra sobre esta obra histórica.
Agência Popular: Como
surgiu a ideia de escrever o livro?
Antonio Pedroso
Junior: Para viabilizar a publicação deste livro, tive contribuição de dois
importantes aliados: Rubens de Souza e Antonio Neto, da CSB. O primeiro
incentivando e abrindo portas, e o segundo, viabilizando a publicação.
AP: O livro é um
relato de um momento histórico muito importante. Qual o público que o senhor
acredita atingir com ele?
APJ: Estudantes e
a juventude em geral, buscando mostrar para as novas gerações a importância de
vivermos em país livre e democrático, com a inexistência de censura, prisões
por crimes de opinião e torturas.
AP: Entre tantas
histórias, alguma mexeu com sua emoção em algum momento? Em caso positivo,
qual?
APJ: Muitas mexem
com a emoção ao recordar o passado e principalmente ler as histórias coerentes
de luta destes líderes da classe ferroviária. Homens como Guarino Fernandes dos
Santos, Celestino dos Santos, Massilon Bueno, Luís Bascheira não deveriam vir a
este mundo, de forma passageira e sim, perene.
O escritor, ao centro, junto com amigos |
AP: O mercado
editorial brasileiro está preparado para comercialização de obras como esta?
APJ: O que
atrapalha o mercado editorial brasileiro e consequentemente o acesso à leitura
de nosso povo, é a vil figura do atravessador, neste caso representado pelas
grandes livrarias, que ousam cobrar 50% de comissão para venda de um livro.
AP: Haverá lançamento
da obra em São Paulo, no fim deste mês. Quais outros lugares estão agendados?
APJ: Sim,
lançaremos no dia 27 [sábado] no Memorial da Resistência, no Largo General
Osório, 64, Santa Efigênia. Um local altamente simbólico por ter abrigado
durante décadas o temível DOPS, a polícia política encarregada de combater a
militância política contrária aos regimes de exceção. Posteriormente em 3 de
julho, estaremos lançando no Centro Cultural de Botucatu e em outras cidades,
como Bauru, Prudente, Assis, Ribeirão Preto com o apoio dos companheiros Rubens
de Souza e Antonio Neto.
AP: Além desta obra,
o senhor pretende lançar algo mais?
APJ: Sim, a luta
pelo resgate da verdade histórica não pode parar. Estou trabalhando no II
volume do Subversivos Anônimos e também no levantamento da história da FAC –
Frente Anticomunista – órgão paramilitar de direita que perseguia com armas na
mão, os militantes dos movimentos populares.
AP: Grato pela
entrevista e deixo espaço para algum comentário que o senhor considere
importante e não tenha sido perguntado.
APJ: Agradeço a
oportunidade, ficando à disposição de vocês para toda vez que entenderem como
necessário. E espero todos, lá no Memorial da Resistência, no Largo General
Osório, neste sábado (27), às 14h.