Dr. Ari ouviu a população que o procurou na praça. Fotos: Ivan Gomes |
Queixas não faltaram para Ari Hauck (sem partido) que, sem sala no Paço
Municipal, atendeu população na Praça da Bandeira
O vice-prefeito de Itatiba Ari Hauck, o dr. Ari (sem
partido), atendeu população na Praça da Bandeira, na tarde de quarta-feira (26),
em gabinete improvisado em espaço público. “Não tenho sala, nem mesa e cadeira
no Paço Municipal. Como não tenho onde receber as pessoas e sou abordado
diariamente por onde estou, seja nas ruas, banco ou mercadão, resolvi vir até
elas”, comentou o vice.
Na segunda vez que atendeu o público na praça, Hauck ouviu muitas
reclamações. “Vejam este exemplo: nesta quinta-feira [27], fui atender uma
família no PSF [Programa de Saúde da Família] do San Francisco II, ‘aquele
galpão’ na parte baixa do bairro. Foi estarrecedor o que vi. Goteiras por todas
as salas. Atendi as pessoas cercado de baldes para reter a água das goteiras; o
forro todo encharcado prestes a se romper e inundar a unidade. É muito
desrespeito com quem trabalha ali e ao usuário, uma vez que o prédio acabou de
passar por reforma com verba do Governo Federal obtida em 2010, cujo objetivo
foi, justamente, reformar o telhado”, afirmou. No tempo em que ficou
disponível para atender os cidadãos, Hauck ouviu diversas reclamações e
elogios.
Quais as principais reclamações que o
senhor ouviu?
Reclamam da falta de moradias, aluguel muito alto e levantam
dúvida quanto ao último sorteio das moradias. Muitas reclamações sobre a falta
de horários do transporte coletivo (TCI) principalmente nos fins de semana. Também
houve queixas sobre a Fênix que faz o transporte intermunicipal, são poucos
horários, necessitando ir a Jundiaí e de lá usar o Rápido Cometa para ir a São
Paulo. Mas houve elogios à UPA [Unidade de Pronto Atendimento] e elogios aos
médicos cubanos nos bairros San Francisco e Porto Seguro, com muitas queixas da
demora em conseguir consultas com especialistas. Mas a grande queixa é em
relação da ausência do prefeito.
O vice-prefeito disse que muitos reclamam sobre vários serviços que deixam a desejar no município |
Qual análise o senhor faz sobre este
gabinete improvisado na praça?
Não imaginava qual seria a recepção das pessoas a um
representante da Administração, embora eu esteja totalmente afastado, muitos
ainda não sabiam, pois falta um meio de comunicação isento que informe melhor [depois
criticam que o povo não sabe votar]. Tenho sido muito bem recebido e este
momento deve servir como uma oportunidade de promover uma formação política com
a população. Vejam, atendi algumas pessoas simples que me pediram para pagar
suas contas, aproveitei que ao lado estavam alguns estudantes e fizemos uma
conversa sobre o valor do voto e que favorzinho é igual ao ‘mensalão’.
O senhor acredita que a população
está carente em ser ouvida pelas autoridades?
Acho que não só as autoridades deveriam estar mais
acessíveis ao público, mas também os diversos Conselhos Municipais, especialmente
da Saúde, do Ambiente e o natimorto Conselho da Cidade, com certeza ninguém vai
saber o que é isso e nem que seu presidente é o prefeito [João] Fattori e seu
secretário Erick Carbonari. Ou seja, estes conselhos são mais para inglês ver
que para dar voz ao público.
Com este atendimento em espaço público,
é possível contribuir com alguma reivindicação?
Nossas leis são taxativas, dizem que o vice não pode fazer
nada se o titular não permitir. No entanto, estes momentos, embora eu não possa
resolver nada com minha interferência é possível sim mostrar os caminhos para
que as pessoas não fiquem na dependência de favores. Não faço nada, apenas
indico onde ir e com quem falar, ensino ‘o caminho das pedras’. As pessoas
ficam muito gratas e sentem-se valorizadas. Este é o princípio do ‘empoderamento’
e da conquista da cidadania, ‘ensinar a pescar’.