Próximo à população, Hauck foi muito cumprimentado pelos populares. Fotos: Ivan Gomes |
Populares que estavam na Praça da Bandeira, Centro de
Itatiba, na quarta-feira (28), solidarizaram-se com o vice-prefeito Ari Hauck,
o dr. Ari (Rede Sustentabilidade), que no dia 23 foi demitido de seu cargo de
médico nos postos de saúde dos bairros Pires e Pinhal por pressão do prefeito
João Fattori (PSDB) com o apoio do dr. Simões, secretário de saúde.
Em seu “gabinete” alternativo na praça, Hauck conversou com
as pessoas que se mostraram indignadas com a atitude do chefe do Executivo.
“Lamentável”, essa foi a palavra mais ouvida no momento em que os cidadãos
conversavam com o vice-prefeito.
Algumas pessoas questionaram se Hauck prossegue como vice e
ele confirmou para todos que sim. Mesmo com o problema enfrentado pelo vice, as
pessoas reclamaram do estado de abandono do município, do excesso de buracos em
ruas dos bairros e também do abandono da Praça da Bandeira.
“Há muitas ruas sem condições ideais para o tráfego de
veículos, calçadas que não dão menor segurança ao pedestre. É muito abandono,
como as obras inacabadas no Bairro do Cruzeiro. Tudo isso sem citar a praça que
está abandonada. Hoje é quarta-feira e é impressionante a quantidade de lixo e
sujeira pelos canteiros e passagens do local”, reclamou um morador.
Doutor, como o senhor
sente a solidariedade que as pessoas estão tendo com o senhor devido a
demissão?
Fico emocionado com a atenção e o apreço da população. Nada
é mais gratificante que ver o trabalho que desenvolvemos ser reconhecido e
saber que uma intervenção sua pode ajudar outras pessoas. Sinto muito pelos
pacientes, especialmente as crianças e os idosos que eu acompanhava. Espero
encontrar um modo de manter estes contatos.
Além das manifestações de solidariedade, populares fizeram muitas críticas sobre o 'abandono' do município |
O senhor não podia
receber pelo cargo de vice-prefeito, devido ao trabalho como médico. Como
ficará sua receita em relação à prefeitura com a demissão?
A lei veda o acumulo de vencimentos do serviço público com o
do mandato eletivo e determina que se deve escolher entre o salário de vice e o
salário que eu recebia por minha carreira de médico da Saúde do Governo do
Estado onde ingressei em fevereiro de 1978.
Fazem 18 meses que pedi a aposentadoria, portanto não há
mais este impedimento. Meu trabalho no PSF [Programa de Saúde da Família] era
em contrato com o Hospital privado da Santa Casa, isso não me impediria de
receber também o salário de vice-prefeito, situação igual a de todos os médicos
com cargos na prefeitura como o dr. Simões ou o dr. Ovídio, ou com mandato
eletivo como o dr. Parisotto. Todos recebem legalmente do poder público e da
Santa Casa, ou de qualquer empresa privada.
Claro que pessoalmente fico muito prejudicado
financeiramente e vou precisar complementar meu orçamento.
Como o senhor recebe
as críticas feitas pela população em relação ao estado de abandono do
município?
As pessoas percebem
facilmente que estamos sob uma administração eleitoreira. A prioridade é o
marketing das inaugurações e obras visuais, as necessidades dos moradores são
relegadas ao último lugar. Quem manda e decide é o prefeito segundo sua sacrossanta
vontade, os secretários simplesmente obedecem de orelha murcha. Daí que muitos
nem precisam trabalhar. Vejam se é possível encontrar com facilidade algum
dirigente na Secretaria da Saúde, gostaria que imitassem o Mauro Delforno
[secretário de Ação Social] que tem sua sala na porta da frente da secretaria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário