domingo, 1 de novembro de 2015

População lamenta saída de Ari Hauck da saúde

Próximo à população, Hauck foi muito cumprimentado pelos
populares. Fotos: Ivan Gomes
Populares que estavam na Praça da Bandeira, Centro de Itatiba, na quarta-feira (28), solidarizaram-se com o vice-prefeito Ari Hauck, o dr. Ari (Rede Sustentabilidade), que no dia 23 foi demitido de seu cargo de médico nos postos de saúde dos bairros Pires e Pinhal por pressão do prefeito João Fattori (PSDB) com o apoio do dr. Simões, secretário de saúde.

Em seu “gabinete” alternativo na praça, Hauck conversou com as pessoas que se mostraram indignadas com a atitude do chefe do Executivo. “Lamentável”, essa foi a palavra mais ouvida no momento em que os cidadãos conversavam com o vice-prefeito.

Algumas pessoas questionaram se Hauck prossegue como vice e ele confirmou para todos que sim. Mesmo com o problema enfrentado pelo vice, as pessoas reclamaram do estado de abandono do município, do excesso de buracos em ruas dos bairros e também do abandono da Praça da Bandeira.

“Há muitas ruas sem condições ideais para o tráfego de veículos, calçadas que não dão menor segurança ao pedestre. É muito abandono, como as obras inacabadas no Bairro do Cruzeiro. Tudo isso sem citar a praça que está abandonada. Hoje é quarta-feira e é impressionante a quantidade de lixo e sujeira pelos canteiros e passagens do local”, reclamou um morador.

Doutor, como o senhor sente a solidariedade que as pessoas estão tendo com o senhor devido a demissão?
Fico emocionado com a atenção e o apreço da população. Nada é mais gratificante que ver o trabalho que desenvolvemos ser reconhecido e saber que uma intervenção sua pode ajudar outras pessoas. Sinto muito pelos pacientes, especialmente as crianças e os idosos que eu acompanhava. Espero encontrar um modo de manter estes contatos.

Além das manifestações de solidariedade, populares fizeram
muitas críticas sobre o 'abandono' do município
O senhor não podia receber pelo cargo de vice-prefeito, devido ao trabalho como médico. Como ficará sua receita em relação à prefeitura com a demissão?
A lei veda o acumulo de vencimentos do serviço público com o do mandato eletivo e determina que se deve escolher entre o salário de vice e o salário que eu recebia por minha carreira de médico da Saúde do Governo do Estado onde ingressei em fevereiro de 1978.
Fazem 18 meses que pedi a aposentadoria, portanto não há mais este impedimento. Meu trabalho no PSF [Programa de Saúde da Família] era em contrato com o Hospital privado da Santa Casa, isso não me impediria de receber também o salário de vice-prefeito, situação igual a de todos os médicos com cargos na prefeitura como o dr. Simões ou o dr. Ovídio, ou com mandato eletivo como o dr. Parisotto. Todos recebem legalmente do poder público e da Santa Casa, ou de qualquer empresa privada.
Claro que pessoalmente fico muito prejudicado financeiramente e vou precisar complementar meu orçamento.

Como o senhor recebe as críticas feitas pela população em relação ao estado de abandono do município?
 As pessoas percebem facilmente que estamos sob uma administração eleitoreira. A prioridade é o marketing das inaugurações e obras visuais, as necessidades dos moradores são relegadas ao último lugar. Quem manda e decide é o prefeito segundo sua sacrossanta vontade, os secretários simplesmente obedecem de orelha murcha. Daí que muitos nem precisam trabalhar. Vejam se é possível encontrar com facilidade algum dirigente na Secretaria da Saúde, gostaria que imitassem o Mauro Delforno [secretário de Ação Social] que tem sua sala na porta da frente da secretaria.

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